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O espetáculo Green Day

Fogos de artifício, cachoeira de faíscas e papéis picados, explosões, armas de água e “armas de camisetas” fizeram parte do show do trio norteamericano Green Day que se apresentou, nesse último dia 20, no Anhembi, em São Paulo.

Na coletiva de imprensa, realizada uma semana antes, Billie Joe Armstrong, frontman da banda, junto do baixista Mike Dirnt e do baterista Tré Cool, já havia prometido uma celebração, um espetáculo – visto que a banda não pisava nas terras tupiniquins desde 1998. E cumpriu com a promessa. Depois de passar por Porto Alegre, Rio de Janeiro e Brasília, o Green Day encerrou no Brasil, com chave de ouro, a 21st. Century Breakdown Tour na terra da garoa. Seria errado classificar a apresentação como show. O verdadeiro “espetáculo” durou três horas e o contato “banda-público” não poderia ter sido melhor.

Antes do início da apresentação, o coelho rosa e bêbado entrou no palco para agitar a galera.  Drunk Bunny, o mascote da banda, fez descer duas cervejas goela abaixo e animou o pessoal. De repente, ele sai de cena e começa a execução de “Song of the century”, a introdução sonora do último álbum, 21st. Century Breakdown. A banda entra e provoca o alvoroço, tanto na pista premium como na pista comum. O cenário ao fundo, metropolitano, faz erguer um novo Green Day no palco e a música, que leva o nome do álbum, começa a ser executada.

O espetáculo mistura canções no estilo rock and roll e passa pelos vários “três acordes” da banda. O trio é incansável – tocaram músicas antigas, do primeiro álbum, um tanto (in) esperadas. Com a banda de apoio, muito querida pelo público, os californianos do Green Day são uma máquina de fazer show. Os álbuns Kerplunk, Dookie, Insomniac e todos os outros, com exceção do Shenanigans, foram executados. Junto do símbolo antigo da banda, as canções antigas foram tocadas e a Blue, guitarra que Billie Joe ganhou da mãe aos oito anos de idade, fez os fãs se tremerem.

Interação é o que não falta no show. Billie convida fãs a subirem no palco a todo o momento e atende aos pedidos da platéia. Um garoto, de 19 anos, fez um furacão em cima do palco. Convidado para cantar “Longview”, o moleque não foi tímido. Cantou, gritou, pulou, tocou bateria e piano e ainda roubou um selinho do senhor Armstrong. No final, Billie diz que ele foi o melhor cantor de toda a turnê e o presenteia com sua guitarra – não a Blue. Experiência única para quem é fã de Green Day.

E, quando se pensava que o show havia terminado, novamente os três se juntavam a banda de apoio e impressionavam. “2000 light years away”, “She”, “Basket case”, “Stuck with me”, “Brain stew”, “Jaded”, “Minority”, “American idiot”, “Jesus of suburbia”, “21 guns” etc. Assim como o mix de músicas, de todos os estilos “greendaynianos”, o público também era plural: de quarentões parecendo crianças até mini petizes se divertindo com seus pais. A grade da pista premium se tornou uma cachoeira de resgates – calor e falta de espaço físico por culpa de quem assistia fizeram vários fãs desmaiarem, desejarem sair dali ou serem quase pisoteados – o que aconteceu com esse que vos escreve.

O Green Day, que tocava em acordes simples e cantava sobre masturbação e maluquices, cresceu. Hoje, é uma banda que trabalha com óperas rock – que contam, ou cantam, uma história -, letras sociais e arranjos musicais completos. Tornaram-se um espetáculo da Broadway ambulante, insano e, acima de tudo, irresistível. É como canta o refrão da música de encerramento, “Good riddance (time of your life)”: ‘É algo imprevisível, mas no final é algo correto. Eu espero que você tenha tido tempo de viver!’ Assim é o espetáculo Green Day, imprevisível, mas no final é um acerto e, acima de tudo, uma celebração viva!

@misaelmainetti


6 Respostas to “O espetáculo Green Day”


  1. 1 Nathalia
    26 de outubro de 2010 às 12:27 pm

    Com certeza esse show ficará na história.
    E com certeza é um dos melhores shows.
    Eu leio seu texto e fico arrepiada!
    Foi muito f%@d@@!

  2. 2 Juniores
    26 de outubro de 2010 às 1:51 pm

    Misael, ficou fantástico cara.
    Na real mesmo. Tu conseguiu descrever o que realmente foi o show.
    Perfeito. Preciso de outro show do GD logo cara.
    E domingo tem DIA VERDE.

    Parabéns novamente
    Vamos que vamos.
    Juniores

  3. 3 Cristiane
    26 de outubro de 2010 às 3:58 pm

    Olá,
    Você falou tanto nesse show que resolvi conferir sua materia.
    Parabéns!

  4. 4 Diego Mercado
    26 de outubro de 2010 às 5:11 pm

    Parabéns pelo texto! Também fui no show e foi foda assim como descrito.

  5. 26 de outubro de 2010 às 8:01 pm

    Só você mesmo pra conseguir descrever em palavras o que foi o show! Você é foda! Parabéns Misa ;D

  6. 6 Line
    2 de dezembro de 2010 às 12:13 am

    Meus olhos enchem de lágrima cada veza que lembro do Billie ali na minha frente com o violão tocando Good Riddance e a lua em cima do palco…a melhor imagem!!


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